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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Lágrimas de Lacoste


 Quem acompanha criticamente as noticias políticas, deve lembrar-se das lágrimas do governador. Eram lágrimas de alagar ruas. Lágrimas de um sentimento sublime do ser humano ante uma catástrofe alarmante. Mas não eram pelas mais de duas centenas de infortunados habitantes das encostas cariocas, mas pelas verbas do pré-sal.
Numa valoração sobre humana sobre a vida de seus eleitores, o governador do estado do Rio de Janeiro chorou copiosamente pela perda circunstancial de verbas previstas para o cofre Fluminense, quando começar a extração da camada pré-sal. Faltará verba no futuro para investimentos públicos nas ilhas, nos morros suíços e mais alguns paraísos da cidade maravilhosa dos deslizamentos mil. As tragédias anunciadas ocorrem de ponta a ponta da republiqueta de Viralatas, sem que atitudes preventivas sejam tomadas. A velha história, “vale mais remediar, do que prevenir”. Remediar dá mídia, prevenir não.
Poucas pessoas falariam de uma obra que impediu um desastre natural, pois não morreu ninguém para virar noticia, pois nossa mídia e nossos telespectadores são fascinados por sangue. Como urubus ficam catatônicos ante a TV que escorre sangue pelos pixels. E essas imagens não chocam mais, nem valem lágrimas, o pré-sal sim. A violência e seus males tornam-se corriqueiras e as mortes nem mais serão sentidas, agiremos como primata das cavernas quiçá volte a ser canibal de fato, já que ainda somos de direito, é uma avalanche de uns devorando os outros. O valor da vida de um eleitor, vale menos que um níquel de royalties.
Realmente a civilização é uma idéia que não deu certo, e não tem como refazer, apenas chorar de raiva, ou de ódio, ou esperar pela chuva. E como lixo humano, ser descartado num deposito no morro e rezar para não escorrer pela encosta como as lágrimas do pré-sal.

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Porta Curtas - Ilha das Flores